A Câmara de Vereadores promoveu segunda-feira (19/3) debate sobre as obras necessárias na represa de captação de água usada pela Coden (Companhia de Desenvolvimento de Nova Odessa) na Fazenda Santo Ângelo. Munícipes, vereadores e representantes das Prefeituras de Nova Odessa e Americana discutiram as soluções a serem adotadas para melhorar a estrutura do aterro da represa, danificado pelas chuvas intensas ocorridas no dia 8 de janeiro.

O debate foi agendado pelo vereador Vagner Barilon (PSDB), que trouxe o coordenador-geral da Prefeitura, José Antonio Merenda, o engenheiro Arlindo Donato dos Santos e o diretor-presidente da Coden, Ricardo Ongaro, além de Adilson Russo, morador da região dos bairros ‘Pós-Anhanguera’ (Chácaras Las Palmas, Acapulco e Recreio Represa) e o engenheiro José Nilton de Oliveira Filho, da Secretaria de Obras da Prefeitura de Americana.

O dirigente da Coden confirmou que em breve será contratada uma empresa para realizar a recuperação do aterro da represa, sendo o edital publicado nos próximos dias. O maciço do aterro possui 120 metros de extensão e é constituído por terra compactada e um filtro de pedras de grande diâmetro do tipo “rachão”. A estrada que passa sobre ele liga bairros de chácaras das cidades de Nova Odessa e Americana, na região conhecida como Praia Azul.

No dia do incidente choveu um volume expressivo em um período curto de tempo, o que elevou muito rapidamente o nível da represa, derrubando o muro construído no local pela proprietária da área, a Fazenda Santo Ângelo, e fazendo com que a água passasse sobre o maciço. Segundo registros meteorológicos, foram 125 milímetros de precipitação em apenas 50 minutos, uma chuva que ocorre raramente.

Providências - Ricardo Ongaro disse que serão adotadas providências no local, atendendo também exigência de Portaria do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) para ampliar a estrutura da barragem, fazendo com que suporte chuvas torrenciais cuja probabilidade de ocorrência é de 1 em cada 500 anos. Segundo o dirigente da Coden, as melhorias vão aumentar a estrutura de descarga do maciço.

Conforme Ongaro explicou, além do novo dimensionamento, haverá a manutenção do vertedouro para que não haja entupimentos por galhos de árvores levados pelas chuvas. “Nenhuma barragem foi feita para a água passar por cima”, esclareceu o dirigente da Coden. Os vereadores também deram sugestões para melhorias nos bairros do ‘Pós-Anhanguera’. José Carlos Belizário, o Zé da Padaria (PCdoB), citou a construção de uma ETA (Estação de Tratamento de Água) para haver a distribuição de água aos moradores dos bairros.

Segundo informações veiculadas durante o debate, um orçamento de 2011 estima os custos da construção da ETA em R$ 6,6 milhões. O Município tentou, sem sucesso, pleitear a obra na segunda etapa do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do Governo Federal. Ongaro mencionou que uma alternativa mais viável aos cofres municipais é a implantação de um Plano Comunitário, a ser rateado entre os proprietários das chácaras, que teriam os imóveis valorizados com a rede de água disponível.

Parceria - Por sua vez, o vereador Antonio José Rezende Silva (PDT) sugeriu que haja parceira entre as Prefeituras de Nova Odessa e Americana para a implantação de novas melhorias na barragem da represa que está na divisa dos municípios. “Há a cooperação de Americana. Estamos dispostos a realizar as melhorias em conjunto”, garantiu o engenheiro José Nilton, como representante do prefeito Diego de Nadai (PSDB).

O munícipe Adílson Russo alertou para a possibilidade de haver rachaduras na porção de terras que compõe o maciço. As autoridades das duas cidades se comprometeram a vistoriar o local. Já o coordenador-geral da Prefeitura, José Antonio Merenda, lembrou que a ECA (Estação de Captação de Água) foi implantada em 1992 pelo então prefeito Manoel Samartin (PDT). Merenda garantiu que a Municipalidade tem tomado todas as medidas necessárias para preservar a represa.

Por fim, o vereador Vagner Barilon ressaltou a importância de se manter intacto o local. “É uma espécie de ‘sistema recape’ do abastecimento de água em Nova Odessa”, frisou. O Município utiliza os sistemas Recanto e Lopes como abastecimentos principais, tendo a Represa Santo Ângelo como uma ‘reserva’ para ser usada em casos emergenciais. A única vez utilizada ocorreu em 2009, quando a Represa Lopes 2 foi reduzida por um volume atipicamente baixo de chuvas naquele ano.