Vereadores, autoridades municipais e representantes de empresas responsáveis pelas obras de pavimentação asfáltica do loteamento Altos do Klavin discutiram na noite de segunda-feira (23/08) a utilização de agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil em pavimentação asfáltica. O debate foi agendado por iniciativa do vereador Ângelo Roberto Réstio (PMDB), o Nenê Réstio, que teve requerimento aprovado pelos demais parlamentares para tratarem do assunto. As discussões e dúvidas foram levantadas anteriormente pelo vereador Vanderlei Aparecido da Rocha (PDT), o Will, que questionava a qualidade do material que estava sendo empregada na pavimentação asfáltica do loteamento Altos do Klavin.
Participaram do debate o procurador jurídico Dr. Maurício Fábio Pavan e o engenheiro Arlindo Donato dos Santos, ambos da Prefeitura; o engenheiro Ítalo Scuro Júnior da empresa CEL Engenharia Ltda; o engenheiro Jaime Feola Neto da empresa CEL Engenharia Ltda; Valdir Folegatti da empresa Cemara Negócios Imobiliários e Emerson Carrenho da empresa Cemara Pró-Ambiental. Também foi convidado um representante do Centro Tecnológico de Controle de Qualidade Falcão Bauer, órgão especializado no assunto, mas não compareceu.
De acordo com Nenê Réstio há tempos discute-se na Câmara problemas que estariam ocorrendo em relação ao asfaltamento no loteamento Residencial Altos do Klavin, sendo que a própria Prefeitura, através do seu Setor de Obras, promoveu o embargo das obras de pavimentação, em decorrência da utilização de agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil na execução da pavimentação asfáltica.
Discussão – No início das discussões o engenheiro Arlindo Donato fez uma explanação referente ao setor de Obras da Prefeitura que acompanhava o serviço e o mesmo não estava de acordo com a utilização do material. Em fotos ele mostrou vários elementos como pedaços de vassoura, pedaço de celular, fio, papel, papelão, pedaço de galho e plástico no material, que na sua avaliação atrapalharia a compactação do solo. “Estas peças não estavam em um único lugar, fomos andando e colhendo. Não achamos ser apropriado para fazer a base de uma pavimentação. Fomos obrigados a embargar a obra”, comentou o engenheiro.
Arlindo disse ainda que observou que próximo a guia não tinha pedra, era areia e que diante dos fatos ficaram preocupados. “O trabalho da pedra é dar rigidez na base. Está se deteriorando antes de terminar. Um dia vai trincar e trincando entra água para dentro, vai formar panelas de buracos”, observou o engenheiro. De acordo com ele, foi pedido a CEL para não aplicar o material e sim sub-base de brita corrida.
O engenheiro Ítalo explicou todo o processo utilizado com reciclado. Ele defendeu que o resíduo tecnicamente é viável, está tudo dentro da norma e não existe problema nenhum de compactação. Comentou ainda que loteamentos em Americana, Santa Bárbara d´Oeste, São Carlos e Belo Horizonte já utilizaram este produto. “Como é novidade até concordo que querem esclarecimentos. A responsabilidade deste loteamento, desde 2007, é por minha conta. Eu garanto que o material é bom e podemos passar de cinco para sete anos de garantia, porque o serviço está sendo feito”, frisou Ítalo.
O engenheiro Valdir fez uma apresentação do trabalho realizado pela Cemara e explicou o processo de utilização de resíduos da construção civil. Ele informou que em 2004 a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) normatizou o uso deste material em pavimentação asfáltica e em uso de concreto não estrutural. “Buscamos isso porque já estávamos preocupados com os impactos no meio ambiente. Daí surgiu a Cemara Pró-Ambiental”, disse. Segundo ele, existem estudos para utilização deste material, está tudo normatizado, com garantia de qualidade. As normas são para o controle de aplicação do material de compactação e umidade do solo.
A parte de impurezas vista no material foi esclarecido que também é permitido. Em relação ao custo do processo habitual e o reciclado é praticamente o mesmo, sendo que o material reciclado é um pouco mais barato, porém a mão de obra é mais cara. A opção por este processo é realmente porque favorece o meio ambiente.
Munícipe - Para o vereador Nenê Réstio, com o debate a empresa provou que está dentro das normas. Já o vereador Adriano Lucas Alves (PSDB) comentou que a Câmara está sensibilizada pelas questões ligadas ao meio ambiente e se o material colocado está dentro das especificações permitidas, acredita que não há porque mudar. “Temos que defender os munícipes e resolver situação. Ou vai para frente, fica comprovado que é bom e retira o embargo, ou se não é o que a Prefeitura quer, não é o que foi contratado, retira-se tudo e refaz. Temos que tomar uma posição, pois os munícipes querem construir. Hoje quem sofre são eles que pagam terrenos e aluguel. Como vai ficar esta situação”, questionou o parlamentar tucano.
O vereador Vagner Barilon (PSDB) reforçou a preocupação com os munícipes. “Para a população não importa se está dentro da norma ou não e sim se está bem feito. O grande ponto é a garantia do material que estão colocando. Esta questão tem que ser discutida de forma bastante profunda, porque é uma obra permanente. Já o tempo de garantia talvez pudesse ser discutido com a Prefeitura e colocado em assembléia para quem tem terreno lá”, acrescentou.
Finalizando as discussões o presidente da Câmara José Mario Moraes (PMDB) lembrou que Nova Odessa já teve alguns loteamentos de empresas particulares e ressaltou a necessidade de ter acompanhamento técnico. “Há necessidade de uma fiscalização mais presente, pois alguns deram problema em um ano ou dois”, argumentou. “Com o debate aprendemos um pouquinho mais sobre as novidades que estão usando. Toda novidade assusta no começo. Vimos aqui as duas partes envolvidas no processo. Foi um encontro de alto nível, teremos um processo com mais rapidez agora”, defendeu Réstio.
Publicado em: 25 de agosto de 2010
Publicado por: Marineuza Lira
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